São Paulo, 24 de setembro de 2013
CGI.br divulga resultados da primeira pesquisa TIC Organizações
Sem Fins Lucrativos
Indicadores revelam a infraestrutura tecnológica e as formas de
uso da Internet por este setor
Uma parcela significativa das organizações brasileiras sem fins
lucrativos utiliza o computador em suas atividades, tendo uma
presença importante nas redes sociais. Nem todas, entretanto,
possuem a infraestrutura necessária para potencializar esse uso. É o
que aponta a pesquisa TIC Organizações Sem Fins Lucrativos,
realizada pela primeira vez em 2012 e divulgada nesta terça-feira
(24), pelo Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da
Comunicação (CETIC.br).
O objetivo do estudo foi mapear a infraestrutura, o uso, as
capacidades e habilidades necessárias para a incorporação das novas
Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), entre as organizações
sem fins lucrativos. A análise tem abrangência nacional e
entrevistou 3.546 organizações não governamentais, associações,
fundações, organizações religiosas e sindicatos. Para o estudo foram
consideradas as organizações formais, presentes no Cadastro Central
de Empresas do IBGE, incluindo tanto as que contam com profissionais
remunerados quanto aquelas baseadas em trabalho voluntário.
A TIC Organizações Sem Fins Lucrativos 2012 revela que 72% das
organizações utilizaram a Internet nos 12 meses prévios à realização
da pesquisa. Entre as organizações mais profissionalizadas e que
possuem 10 ou mais funcionários, o acesso à Internet atinge 91%. Já
entre as organizações que se baseiam no trabalho voluntário (sem
nenhuma pessoa remunerada), apenas 52% têm acesso à Internet.
A forma de conexão à Internet mais utilizada pelas organizações é o
modem ADSL (45%), resultado semelhante ao encontrado nas empresas
brasileiras. Segundo o gerente do Cetic.br, Alexandre Barbosa, os
tipos de conexão à Internet são dimensões do uso das TIC bastante
sensíveis à disponibilidade de infraestrutura local. “Este aspecto
constitui uma das principais barreiras do uso da Internet enfrentada
pelas organizações brasileiras sem fins lucrativos, aliado com as
questões relativas ao custo”, afirma.
Segundo os resultados, 14% das organizações sem fins lucrativos que
não possuíam computador em sua sede são usuárias do equipamento – o
que indica que ainda é relevante a utilização de equipamentos de
propriedade pessoal dos membros ou de centros públicos de acesso.
Entre as organizações que não têm nenhuma pessoa remunerada, apenas
36% possuem computador, ainda que 59% o utilizem em suas atividades.
Presença na Web e usos das TIC
O estudo aponta que 37% das organizações brasileiras sem fins
lucrativos que utilizam computador e Internet possuem website. Este
percentual é de 50% entre as organizações com 10 ou mais pessoas
remuneradas.
Os resultados da análise também mostram que mais da metade das
organizações sem fins lucrativos com acesso à Internet estão
presentes em alguma rede social. Este dado é consideravelmente maior
do que aquele observado nas empresas brasileiras com 10 ou mais
pessoas remuneradas (36%), de acordo com a pesquisa TIC Empresas
2012. “Isso indica a importância que essas ferramentas vêm
adquirindo para essas organizações, principalmente, se levarmos em
conta a repercussão que as redes sociais podem proporcionar em um
cenário de recursos financeiros limitados”, afirma Alexandre
Barbosa, gerente do Cetic.br.
- 52% das organizações sem fins lucrativos com acesso à Internet
estão presentes em alguma rede social, blog ou fórum;
- Entre as opções investigadas, a rede social mais utilizada e
mencionada por 42% das organizações é o Facebook. O Twitter
aparece em segundo lugar, citado por 15% das organizações.
Dentre as atividades realizadas com o uso de TIC destacam-se o uso
de e-mails e a utilização da rede como fonte de consulta e pesquisa.
- 96% das organizações sem fins lucrativos com acesso à Internet
utilizam Tecnologias de Informação e Comunicação para acessar
e-mails;
- 83% afirmaram usar as TIC para pesquisar informações sobre
produtos ou serviços.
Chama a atenção o uso da Internet para ações de governo eletrônico.
Em menor proporção aparecem as ações de fiscalização dos órgãos
públicos e controle social.
- 71% das organizações com acesso à Internet disseram utilizar
as TIC para buscar informações sobre organizações governamentais
e autoridades públicas; enquanto 61% afirmam usar a rede para
interagir com órgãos governamentais;
- 32% das organizações com acesso à Internet declaram buscar
informações sobre gastos públicos/ orçamento público; enquanto
34% afirmam acompanhar/ fiscalizar a execução de serviços
públicos (tais como obras e outras políticas públicas).
Capacidades e desafios para a adoção das TIC
As organizações brasileiras sem fins-lucrativos ainda carecem de
recursos humanos especializados em tecnologia da informação.
- Pouco mais de um terço das organizações (38%) possuem área de
tecnologia da informação;
- 66% das organizações que possuem computador contratam
prestadoras de serviço para a manutenção e suporte técnico dos
equipamentos;
- O percentual de voluntários que oferecem suporte às
organizações também é significativo: 30%.
Ainda que a disponibilidade de recursos e a ausência de
infraestrutura sejam as dificuldades mais citadas para o uso das TIC
nas organizações, as limitações de capacitação das equipes também
são aspectos mencionados com frequência.
- 55% das organizações que possuem computador citam como
dificuldade a existência de poucos recursos financeiros para
investimento na área de tecnologia;
- 46% mencionam a baixa velocidade na conexão de Internet;
- 40% citam a capacitação insuficiente da equipe no uso de
computador e Internet.
Para o gerente do Cetic.br, Alexandre Barbosa, o estudo contribui
para gerar informações detalhadas sobre o perfil dessas
organizações, que são pouco exploradas em estudos quantitativos. “A
pesquisa oferece uma radiografia inédita do setor sem fins
lucrativos no Brasil, o que pode contribuir para políticas públicas
e investigações acadêmicas sobre o tema”, conclui.
A pesquisa TIC Organizações Sem Fins Lucrativos conta com a
colaboração de um grupo de especialistas formado por membros da
Associação Brasileira de Organizações não Governamentais (ABONG), do
Grupo de Institutos Fundações e Empresas (GIFE), do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), do Instituto de
Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e de pesquisadores de diversas
universidades. Para conferir os indicadores completos da pesquisa
TIC Organizações Sem Fins Lucrativos 2012 acesse: http://www.cetic.br.
Sobre o CETIC.br
O Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da
Comunicação (CETIC.br) é responsável pela produção de indicadores e
estatísticas sobre a disponibilidade e uso da Internet no Brasil,
divulgando análises e informações periódicas sobre o desenvolvimento
da rede no país. Mais informações em http://www.cetic.br/.
Sobre o Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR – NIC.br
O Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR — NIC.br
(http://www.nic.br/) é uma entidade civil, sem fins lucrativos, que
implementa as decisões e projetos do Comitê Gestor da Internet no
Brasil. São atividades permanentes do NIC.br coordenar o registro de
nomes de domínio — Registro.br (http://www.registro.br/), estudar,
responder e tratar incidentes de segurança no Brasil - CERT.br
(http://www.cert.br/), estudar e pesquisar tecnologias de redes e
operações — CEPTRO.br (http://www.ceptro.br/), produzir indicadores
sobre as tecnologias da informação e da comunicação — CETIC.br
(http://www.cetic.br/) e abrigar o escritório do W3C no Brasil
(http://www.w3c.br/).
Sobre o Comitê Gestor da Internet no Brasil - CGI.br
O Comitê Gestor da Internet no Brasil, responsável por estabelecer
diretrizes estratégicas relacionadas ao uso e desenvolvimento da
Internet no Brasil, coordena e integra todas as iniciativas de
serviços Internet no País, promovendo a qualidade técnica, a
inovação e a disseminação dos serviços ofertados. Com base nos
princípios de multilateralidade, transparência e democracia, o
CGI.br representa um modelo de governança multissetorial da Internet
com efetiva participação de todos os setores da sociedade nas suas
decisões. Uma de suas formulações são os 10 Princípios para a
Governança e Uso da Internet (http://www.cgi.br/principios). Mais
informações em http://www.cgi.br/.