A 6ª edição do Fórum teve, durante sua mesa de abertura, a participação de representantes de todos os setores. E o caráter multissetorial do evento foi enaltecido pelas autoridades presentes, que reforçaram ainda a importância de levar o debate, a cada ano, para regiões diferentes do País, e o papel da Internet como instrumento de transformações. “A Internet não se limita aos números IPs, são as pessoas que usam e fazem a Internet. É muito importante para o CGI.br receber as contribuições de todos”, destacou Maximiliano Martinhão, coordenador do CGI.br e Secretário de Política de Informática do MCTIC.
José Fortunati, prefeito de Porto Alegre, enfatizou que o Fórum aponta para um tema fundamental: como podemos promover o desenvolvimento sustentável e inclusivo usando a Internet. Em complemento, Demi Getschko, conselheiro do CGI.br, afirmou que os debates devem se concentrar em como aproveitar a Internet para o bem geral e também como preservá-la do jeito que ela é. A alfabetização digital e fluência digital foram lembradas pela professora da UFRGS e ex-conselheira do CGI.br, Liane Tarouco. Em sua opinião, um dos desafios que precisam ser discutidos no Fórum é como as instituições de ensino podem preparar os alunos para que sejam cidadãos do século XXI.
Coordenada pelo conselheiro do CGI.br Lisandro Granville, que ressaltou a construção do debate crítico para a evolução da Internet no contexto nacional e internacional a partir de encontros como o Fórum da Internet no Brasil, a abertura contou ainda com as participações de Cleber Benvegnú (Secretário de Estado de Comunicação), Jaime Wagner (Sócio da PowerSelf e ex-conselheiro do CGI.br), Mário Teza (Diretor da PROCEMPA e ex-conselheiro do CGI.br) e Tiago Simon (Deputado Estadual e Presidente da Comissão de Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia).
Trilhas
O lançamento de uma pesquisa, realizada pela Softex – Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro, por demanda do CGI.br, embasou as discussões da trilha Inovação e Capacitação Tecnológica. Os resultados apresentados – entre eles, a concentração de profissionais na região Sudeste e no cargo de analista de sistemas computacionais – permitiram que o debate fosse dividido em quatro grupos: formação de profissionais para lidar com a Internet, o impacto das tecnologias na educação, no mercado de trabalho e as características interdisciplinares dos profissionais de Internet.
Os projetos de lei em tramitação na Câmara dos Deputados que alteram princípios estabelecidos pelo Marco Civil da Internet conduziram as discussões da trilha Segurança e Direitos. São eles: a privacidade, a liberdade de expressão e neutralidade da rede. Entre os consensos obtidos pelos participantes, estão a necessidade de proteção da neutralidade da rede e de investimento em educação digital conscientizar usuários sobre os riscos e oportunidades da Internet. Maneiras de estimular o discurso não discriminatório na rede também foram abordadas durante o encontro.
Questões de grande repercussão, especialmente para a indústria cinematográfica, literária e fonográfica, como direitos autorais, compartilhamento de conteúdos e bens culturais, e o desenvolvimento inclusivo do mercado de aplicações foram analisadas na trilha Conteúdos e Bens Culturais. O encontro se propôs ao debate sobre a construção de uma agenda brasileira para o desenvolvimento da economia da cultura e de cadeias produtivas relacionadas às artes e cultura, apoiadas em ferramentas digitais e que contemplem diversos atores.
As múltiplas perspectivas das empresas, do terceiro setor, do Governo e da academia sobre a Universalização e Inclusão Digital foram tratadas numa trilha exclusiva sobre o assunto. Entre os pontos ressaltados pelos participantes, estão a Internet enquanto serviço essencial estabelecido por lei, a importância de diferenciar Internet de telecomunicações ao aprofundar o ambiente regulatório, a necessidade de revisão do modelo de prestação de serviços de telecomunicações, o desenvolvimento da infraestrutura de banda larga para ampliar o acesso e os impactos sociais decorrentes da falta de conexão.
Mulheres na Computação
Exibido pela primeira vez no Brasil, o documentário "The
Computers", que retrata o protagonismo feminino na programação do
primeiro computador eletrônico de uso geral, inspirou a mesa de
debate Mulheres na Computação. As debatedoras Ana Cristina Benso
(coordenadora local do Women in Information Technology, PUCRS),
Karen Figueiredo (Projeto Meninas Digitais, UFMT), Tanara
Lauschner (Projeto Cunhantã Digital, UFAM) e Priscila Solís Mendéz
(Coordenadora Geral do Women in Information Technology, UnB), sob
a mediação da professora Liane Tarouco, compartilharam
experiências, analisaram influências culturais entre os gêneros,
dialogaram sobre as resistências e dificuldades e também apontaram
soluções para promover a diversidade na área de tecnologia.
Próximos dias
Preparatório para o IGF (Internet Governance Forum), que
acontecerá de 06 a 09 de dezembro, em Guadalajara, no México, o VI
Fórum da Internet segue até a quarta-feira (13) com extensa
programação. Estão previstos seminários sobre temas de grande
repercussão, como tolerância e diversidade na Internet, planos
franqueados e zero rating, big data e
privacidade, além de workshops, desconferências e a
exibição do documentário "Freenet?". Acesse a programação
completa: http://forumdainternet.cgi.br/#programacao.
As inscrições gratuitas podem ser realizadas no local do evento.
Sobre o Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR – NIC.br
O Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR — NIC.br (http://www.nic.br/)
é uma entidade civil, sem fins lucrativos, que implementa as
decisões e projetos do Comitê Gestor da Internet no Brasil. São
atividades permanentes do NIC.br coordenar o registro de nomes de
domínio — Registro.br (http://www.registro.br/),
estudar, responder e tratar incidentes de segurança no Brasil -
CERT.br (http://www.cert.br/),
estudar e pesquisar tecnologias de redes e operações — Ceptro.br (http://www.ceptro.br/),
produzir indicadores sobre as tecnologias da informação e da
comunicação — Cetic.br (http://www.cetic.br/),
implementar e operar os Pontos de Troca de Tráfego — IX.br (http://ix.br/),
viabilizar a participação da comunidade brasileira no
desenvolvimento global da Web e subsidiar a formulação de
políticas públicas — Ceweb.br (http://www.ceweb.br),
e abrigar o escritório do W3C no Brasil (http://www.w3c.br/).
Sobre o Comitê Gestor da Internet no Brasil – CGI.br
O Comitê Gestor da Internet no Brasil, responsável por
estabelecer diretrizes estratégicas relacionadas ao uso e
desenvolvimento da Internet no Brasil, coordena e integra todas as
iniciativas de serviços Internet no País, promovendo a qualidade
técnica, a inovação e a disseminação dos serviços ofertados. Com
base nos princípios do multissetorialismo e transparência, o
CGI.br representa um modelo de governança da Internet democrático,
elogiado internacionalmente, em que todos os setores da sociedade
são partícipes de forma equânime de suas decisões. Uma de suas
formulações são os 10 Princípios para a Governança e Uso da
Internet (http://www.cgi.br/principios).
Mais informações em http://www.cgi.br/.