Pesquisa investiga uso de IA no setor cultural brasileiro e implicações para a diversidade cultural
*São Paulo, 27 de setembro de 2022* *Pesquisa investiga uso de IA no setor cultural brasileiro e implicações para a diversidade cultural*/ Estudo do Cetic.br|NIC.br entrevistou agentes, instituições culturais e plataformas digitais que atuam no país/ Inédita no país e com tema pouco explorado ao redor do mundo, a publicação “*Inteligência Artificial e cultura: perspectivas para a diversidade cultural na era digital <https://cetic.br/pt/publicacao/inteligencia-artificial-e-cultura-perspectivas-para-a-diversidade-cultural-na-era-digital/>*” revela que o uso de IA é ainda incipiente no setor cultural brasileiro, com exceção da distribuição e do acesso a conteúdo /online/ por meio das grandes plataformas digitais. Realizada pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br) do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), a publicação foi divulgada nesta terça-feira (27), em debate que integrou a agenda da “Conferência Mundial da UNESCO sobre Políticas Culturais e Desenvolvimento Sustentável – MONDIACULT 2022". Parte da série Cadernos NIC.br de Estudos Setoriais, o levantamento traz um panorama de como a área da cultura tem usado tecnologias emergentes como a IA. Os dados foram coletados em pesquisa qualitativa, realizada com agentes culturais (artistas e produtores), instituições culturais (museus e centros culturais), e plataformas digitais que oferecem conteúdos culturais na Internet. Além do levantamento, a publicação também traz textos e artigos de especialistas no assunto. "A IA está presente, não apenas nos sistemas de recomendação de conteúdos baseados em algoritmos, como também na criação de obras artísticas por mecanismos de aprendizagem de máquina, na produção, edição e adaptação de conteúdos, na mediação cultural para visitas guiadas nas instituições culturais, no atendimento ao público por meio de assistentes virtuais, na organização e disponibilização de acervos digitais, na gestão cultural e análise de dados para mapeamento de públicos e desenvolvimento de estratégias promocionais, entre muitas outras aplicações. São diversos usos que, em maior ou menor escala, têm implicações para a diversidade de expressões culturais", destaca Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br|NIC.br. *Plataformas digitais *Os “sistemas de recomendação” são a principal aplicação de Inteligência Artificial utilizada pelas plataformas digitais. Eles definem os conteúdos a serem oferecidos com base em critérios relacionados aos hábitos de consumo e escolhas prévias dos usuários. Nas plataformas digitais que atuam no cenário brasileiro, há uma diferenciação quanto à utilização desses algoritmos. As grandes plataformas comerciais, que possuem maior volume de usuários, têm na IA um elemento central de seu modelo de negócio, sendo os sistemas de recomendação algorítmica a principal tecnologia para oferta personalizada de conteúdos culturais, sobretudo músicas e vídeos. “Se, por um lado, esse processo viabiliza a personalização da experiência com base nas preferências dos usuários, por outro também reforça padrões de consumo e direciona o acesso a conteúdos populares, podendo gerar a sub-representação de conteúdos locais e de produção independente, e apresentar como efeito tendências homogeneizantes na criação e a produção de novas obras”, analisa Barbosa. O estudo mostra, ainda, que plataformas alternativas de caráter público ou independente, com menor volume de usuários, apresentam baixo uso de aplicações de IA, prevalecendo a curadoria humana – o que pode ser fruto de barreiras institucionais (como a falta de orçamento e equipe técnica), mas também de escolhas programáticas que objetivam a difusão de conteúdos representativos da diversidade cultural. *Instituições culturais *Entre instituições culturais, o emprego de sistemas de IA no cenário brasileiro se dá, em especial, para a mediação cultural, o mapeamento de públicos e a gestão e difusão de acervos digitais. De acordo com o estudo, tais usos têm permitido maior interatividade do público com as obras, e a personalização das experiências dos visitantes, bem como fornecido dados para o planejamento de ações por parte das instituições. Em termos da gestão e difusão de acervos digitais, a IA tem sido utilizada na qualificação da documentação de maneira automatizada e na disponibilização do acesso por meio de sistemas de busca integrada. O levantamento aponta que a falta de recursos financeiros e de corpo técnico especializado ainda são entraves, o que faz com que os projetos culturais sejam, de maneira geral, realizados por meio de parcerias com grandes empresas e plataformas internacionais, ampliando a dependência de soluções tecnológicas externas. "De forma geral, o estudo mostra que a agenda estratégica da tecnologia ainda não é assimilada plenamente no setor cultural brasileiro. Apesar de o uso de tecnologias emergentes já estar presente em algumas instituições, ainda há muito o que melhorar em termos de políticas e oportunidades para um melhor aproveitamento e acesso a esses recursos", finaliza Barbosa. *Agentes culturais *Entre agentes culturais – artistas e produtores culturais no campo das artes visuais e da música – a IA tem sido utilizada em processos criativos com finalidade operacional (em procedimentos como edição, mixagem e masterização), mas também em estética, onde a IA aparece como o próprio objeto finalístico da criação artística. Nestas etapas, segundo as conclusões do estudo, a popularização de aplicações baseadas em IA tem permitido a otimização de processos e a democratização da produção, trazendo oportunidades para a inserção de novos profissionais no setor cultural. No entanto, tais oportunidades ainda são limitadas por conta das desigualdades digitais no acesso e apropriação das tecnologias existentes no país. Para acessar o estudo completo, acesse *https://cetic.br/pt/publicacao/inteligencia-artificial-e-cultura-perspectiva.... Veja também o debate de lançamento da publicação: *https://youtube.com/playlist?list=PLQq8-9yVHyOaGCptdvg6oxaK6QZKs-HT-*. *Sobre o Cetic.br* O Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), do NIC.br, é responsável pela produção de indicadores e estatísticas sobre o acesso e o uso da Internet no Brasil, divulgando análises e informações periódicas sobre o desenvolvimento da rede no País. O Cetic.br|NIC.br é, também, um Centro Regional de Estudos sob os auspícios da UNESCO, e completou 17 anos de atuação em 2022. Mais informações em *https://cetic.br/* <https://cetic.br/>. *Sobre o Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR – NIC.br* O Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR — NIC.br (*https://nic.br/* <https://nic.br/>) é uma entidade civil de direito privado e sem fins de lucro, encarregada da operação do domínio .br, bem como da distribuição de números IP e do registro de Sistemas Autônomos no País. O NIC.br implementa as decisões e projetos do Comitê Gestor da Internet no Brasil - CGI.br desde 2005, e todos os recursos arrecadados provem de suas atividades que são de natureza eminentemente privada. Conduz ações e projetos que trazem benefícios à infraestrutura da Internet no Brasil. Do NIC.br fazem parte: Registro.br (*https://registro.br* <https://registro.br/>), CERT.br (*https://cert.br/* <https://cert.br/>), Ceptro.br (*https://ceptro.br/* <https://ceptro.br/>), Cetic.br (*https://cetic.br/* <https://cetic.br/>), IX.br (*https://ix.br/* <https://ix.br/>) e Ceweb.br (*https://ceweb.br* <https://ceweb.br/>), além de projetos como Internetsegura.br (*https://internetsegura.br* <https://internetsegura.br/>) e Portal de Boas Práticas para Internet no Brasil (*https://bcp.nic.br/* <https://bcp.nic.br/>). Abriga ainda o escritório do W3C Chapter São Paulo (*https://w3c.br/* <https://w3c.br/>). *Sobre o Comitê Gestor da Internet no Brasil – CGI.br* O Comitê Gestor da Internet no Brasil, responsável por estabelecer diretrizes estratégicas relacionadas ao uso e desenvolvimento da Internet no Brasil, coordena e integra todas as iniciativas de serviços Internet no País, promovendo a qualidade técnica, a inovação e a disseminação dos serviços ofertados. Com base nos princípios do multissetorialismo e transparência, o CGI.br representa um modelo de governança da Internet democrático, elogiado internacionalmente, em que todos os setores da sociedade são partícipes de forma equânime de suas decisões. Uma de suas formulações são os 10 Princípios para a Governança e Uso da Internet (*https://cgi.br/resolucoes/documento/2009/003* <https://cgi.br/resolucoes/documento/2009/003>). Mais informações em *https://cgi.br/* <https://cgi.br/>. *Flickr: https://flickr.com/NICbr/** Twitter: https://twitter.com/comuNICbr/ YouTube: https://youtube.com/nicbrvideos* *Facebook: https://facebook.com/nic.br* *Telegram: https://telegram.me/nicbr* *LinkedIn: https://linkedin.com/company/nic-br/* *Instagram: **https://instagram.com/nicbr/ * Os releases, notas e comunicados do NIC.br e CGI.br são enviados aos inscritos na lista *anuncios@nic.br* sempre que publicados em nossos sítios. Caso não queira mais recebê-los, siga as instruções disponíveis *aqui <https://mail.nic.br/mailman/listinfo/anuncios>*. **
*São Paulo, 29 de setembro de 2022* *Estudo do CGI.br analisa o uso de plataformas tecnológicas em educação, na economia guiada por dados//*/ Primeiro documento de uma série de três volumes analisa riscos relacionados ao uso de dados dos usuários no ecossistema educacional, incluindo adolescentes e crianças/ Com a pandemia COVID-19, escolas, alunos e professores tiveram que se adequar ao ensino remoto, até então pouco adotado no Brasil, e passaram a utilizar plataformas tecnológicas estrangeiras, fenômeno conhecido como “plataformização da educação”. Em tempos de uma economia global baseada em dados, quais são os problemas e os desafios que este cenário traz? Como os dados e as produções de alunos, docentes e pesquisadores são armazenados, utilizados e compartilhados? Para discutir e responder a essas e outras importantes questões, o Grupo de Trabalho sobre Plataformas na Educação Remota do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) lançou hoje (29) o estudo “*Educação em um cenário de plataformização e de economia de dados: problemas e conceitos <https://cgi.br/publicacao/educacao-em-um-cenario-de-plataformizacao-e-de-economia-dos-dados-problemas-e-conceitos/>*”. Trata-se do primeiro documento de uma série que reunirá três volumes, que pretendem analisar as preocupações e possíveis providências relacionadas ao destino e armazenamento dos dados de usuários das plataformas utilizadas no ensino. O tema tem sido tratado por especialistas de diversos países. Rafael Evangelista, conselheiro do CGI.br e coordenador desse grupo de trabalho, explica que, com o início da pandemia, a rápida adoção de plataformas por instituições de ensino se tornou pauta recorrente nas reuniões do CGI.br, com especial atenção às questões relacionadas ao tratamento e ao uso dos dados dos usuários. “Considerando o ecossistema educacional, os integrantes mais vulneráveis são os que estão em maior número: as crianças e adolescentes facilmente se tornam alvo de publicidade, desinformação e manipulação do comportamento, dados os modelos de negócios das plataformas de redes sociais. Isso requer muita atenção”, enfatiza. Dentre os problemas apontados pelo estudo do CGI.br, estão a falta de transparência das soluções adotadas por instituições de ensino, bem como a ausência de autonomia nacional em termos de infraestrutura tecnológica de suporte ao ensino e à pesquisa e também falhas relacionadas ao uso comercial dos dados de alunos brasileiros, assim como a vigilância de suas atividades educacionais. A publicação aborda ainda ações estratégicas que podem ajudar a aprimorar a utilização da Internet no Brasil, com o incentivo ao desenvolvimento tecnológico nacional. “Essas questões precisam ser consideradas no escopo de uma política de governança de educação digital, para assegurar um ensino público gratuito e de qualidade alinhado aos parâmetros da ética e dos direitos humanos”, reforça o conselheiro do CGI.br. Para conferir a íntegra da publicação “*Educação em um cenário de plataformização e de economia de dados: problemas e conceitos*”, acesse: https://cgi.br/publicacao/educacao-em-um-cenario-de-plataformizacao-e-de-eco.... * **Lançamento e debate do estudo* O evento de lançamento do estudo foi palco de um importante debate liderado por Evangelista sobre os efeitos do uso e adoção de plataformas digitais no ensino e pesquisa durante a pandemia: como essas plataformas têm utilizado os dados pessoais de alunos e professores e quais os riscos para a proteção da privacidade desse público. Participaram da discussão a educadora, pesquisadora e diretora do Instituto Educadigital, que produziu o relatório, Priscila Gonsales; a diretora de Parcerias e Monitoramento do Programa Operacional de Comunicações e Informações da UNESCO, Marielza Oliveira; e o professor e representante da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Nelson Pretto. Para rever o evento, acesse: https://youtu.be/Zz1LJq0--74. Os dois próximos livros da série serão lançados em 17 de novembro, em evento que acontecerá na sede do CGI.br/NIC.br, e que também será transmitido pelo canal NICbrvideos no YouTube. *Sobre o Comitê Gestor da Internet no Brasil – CGI.br* O Comitê Gestor da Internet no Brasil, responsável por estabelecer diretrizes estratégicas relacionadas ao uso e desenvolvimento da Internet no Brasil, coordena e integra todas as iniciativas de serviços Internet no País, promovendo a qualidade técnica, a inovação e a disseminação dos serviços ofertados. Com base nos princípios do multissetorialismo e transparência, o CGI.br representa um modelo de governança da Internet democrático, elogiado internacionalmente, em que todos os setores da sociedade são partícipes de forma equânime de suas decisões. Uma de suas formulações são os 10 Princípios para a Governança e Uso da Internet (*https://cgi.br/resolucoes/documento/2009/003* <https://cgi.br/resolucoes/documento/2009/003>). Mais informações em *https://cgi.br/* <https://cgi.br/>. *Flickr: https://flickr.com/NICbr/** Twitter: https://twitter.com/comuNICbr/ YouTube: https://youtube.com/nicbrvideos* *Facebook: https://facebook.com/nic.br* *Telegram: https://telegram.me/nicbr* *LinkedIn: https://linkedin.com/company/nic-br/* *Instagram: **https://instagram.com/nicbr/ * Os releases, notas e comunicados do NIC.br e CGI.br são enviados aos inscritos na lista *anuncios@nic.br* sempre que publicados em nossos sítios. Caso não queira mais recebê-los, siga as instruções disponíveis *aqui <https://mail.nic.br/mailman/listinfo/anuncios>*. **
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